18 de dez. de 2010

E o direito à vida, onde fica?

Eu curso graduação em Serviço Social e comumente nas nossas conversas e debates em sala de aula surgem assuntos como a legalização do aborto no Brasil. Por ter uma linha marxista e lutar pelo indivíduo como detentor de direitos e, sobretudo, ter um olhar mais atento para as pessoas consideradas “minorias” em nossa sociedade, é normal esse tipo de discussão no âmbito do Serviço Social. Se é que posso afirmar isto – por estar a pouco tempo no curso – posso dizer que as diretrizes do Serviço Social me levam a acreditar que este seja a favor da legalização do aborto no Brasil.

Eu, como aluna, não sou. Embora ame o meu curso, amo mais ainda o que já aprendi na vida, longe das cadeiras acadêmicas. O fato de amar o meu curso e discordar de algumas de suas linhas de pensamento, só me reafirmam na decisão que tomei.

Quanto ao que aprendi longe das cadeiras acadêmicas, posso dizer que aprendi a dar mais valor à vida e a felicidade de viver. Ok, ok, que não se pode negar que milhares de mulheres no Brasil realizam abortos todos os anos; segundo estimativas do Ministério da Saúde, este número está entre 730 mil e 1,25 milhão de abortos, geralmente realizados por jovens entre 20 e 29 anos, que utilizam remédios comprados em farmácias.

Verificando superficialmente dados como esses, concordo que o aborto no Brasil seja um caso de saúde pública; um caso urgente que precisa ser reavaliado. Eu, como estudante de serviço social me posiciono a favor de políticas sérias de educação que esclareçam essas mulheres, uma vez que as estimativas mostram que a maioria delas estuda em média apenas oito anos. Eu defendo uma humanização na saúde, que tratem essas mulheres como seres humanos, já que muitas vezes são tratadas a sangue frio por muitos "profissionais" por aí que realizam abortos ilegais nos quintais de casa. No entanto, 0 que eu não posso defender é uma legislação que nos diga que uma mãe – mesmo na sua imensidão de limites – possa abortar a vida de um filho que gerou conscientemente.

Hoje, a legislação não pune as mães que abortam quando não há outro meio para salvar a sua vida ou quando a gravidez resulta de estupro. Como futura assistente social, acredito que a legalização total do aborto é como um paliativo para o problema da saúde pública no Brasil. Então a mulher engravidou e por que não tinha instrução suficiente, ou não tem condições de criar o seu filho, ela aborta! Essa é uma medida paliativa, que pode até funcionar por um tempo, mas não é o que precisamos. Precisamos de boas políticas, precisamos de um sistema de saúde que funcione, precisamos de pessoas de caráter nos meios públicos e na vida. Pensando assim, então deveria existir uma lei para se abortar o vírus do HIV, pois tem a mesma procedência e milhares de pessoas estão infectadas no Brasil. Onde está a preocupação com o ser humano quando faltam as medicações?

Sem tratar especificamente de partidos políticos, já que não tenho propriedade para isso, quero dizer que nós brasileiros deveríamos apoiar posturas que de fato defendam as minorias, mas não com leis ineficientes e cheias de sutilezas que favorecem mais a uns do que a outros. O que ninguém vê é que a raiz do problema está na falta de humanidade e no egoísmo do ser humano. Queremos uma lei que amenize os problemas da mãe, mas e o no ser humano que nasceria, ninguém pensa?

O que vejo no caso do aborto é uma polêmica, que ganha mais força ainda, uma vez que bate de frente com os princípios cristãos. Sou cristã e um dos motivos pelos quais eu sou contra a legalização do aborto, não é por que a mãe não será mais considerada criminosa se o fizer, na verdade é por que ela vai estar liberada para cometer o pecado que mais nos afasta de Deus. Já vemos mortes tão brutais todos os dias, em que filhos matam pais e pais matam os filhos, sem legalização, e ainda assim temos que engolir; não quero mais uma legislação como a que se propõe. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e vida. Se você matar o seu filho, seja com um mês ou com um ano, vai estar na contra mão da liberdade e do verdadeiro amor.

Talvez você não concorde, porque princípios como esses infelizmente têm se tornado minoria nos nossos tempos... Por isso mesmo, então quero uma lei que me defenda!!

9 de dez. de 2010

Não abra mão de ser livre!

Não faz muito tempo, percebendo o que diz a oração mais conhecida por nós - cristãos ou não - me dei conta de uma das muitas expressões que ela possui. Quando chamamos pelo Pai Nosso, na oração que Jesus nos ensinou, proferimos preciosidades que se quer percebemos. Um dia desses parei o Pai Nosso na metade e pensei...

Quando dizemos "Pai, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido" será que estamos sendo realmente sinceros? Será que na imensidão das nossas mágoas, abrimos o coração e decidimos perdoar as ofensas dos que nos magoam?

Certa vez ouvindo os ensinamentos de uma amiga muito querida, absorvi o que ela me disse sobre o perdão de Deus. Assim como falaria com um amigo, ela me disse que eu poderia confessar a Deus qualquer um de meus erros; ela me disse que quando nos arrependemos de coração e pedimos perdão a Deus, Ele joga as nossas transgressões no mar mais profundo e de lá não tira jamais. Deus é rápido em nos perdoar; na verdade Ele só precisa da sinceridade do nosso coração. Se nós formos sinceros, nos arrependermos e pedirmos perdão, Ele nos perdoa!

Durante a conversa, a perguntei se Deus se lembrava dos nossos delitos, e ela me disse que não! Apesar de desagradarmos o seu coração com o nosso pecado, quando nos arrependemos, Deus não quer que nos lembremos do passado e também não fica nos lembrando. Ele perdoa e nos pede que não pequemos mais. Ele esquece!

Fiquei me perguntando, então, se nós, seres humanos, fazemos assim...

Será que nós jogamos nas profundezas do mar as ofensas que nos fazem, ou ficamos cobrando à pessoa que nos magoou que não faça de novo? Será que confiamos de novo, ou pensamos, "eu perdoo, mas olhe, comigo só faz uma vez"?

Já pensou se Deus fizesse o mesmo conosco? Se sua misericórdia não fosse eterna e se o seu perdão fosse proporcional a nossa disposição em perdoar? Se fosse assim, então estaríamos fritos! No entanto, Deus é bom e sua misericórdia dura para sempre. O que Ele nos pede, Ele próprio faz questão de deixar pistas na oração ensinada por Jesus. Ele quer que nós tenhamos um coração parecido com o Dele e que estejamos dispostos a perdoar, assim como Ele nos perdoa.

O Perdão é uma decisão e não um sentimento!Raramente sentiremos vontade de perdoar, mas precisamos, se quisermos agradar a Deus. Uma vez perdoada, a falha pode não ser esquecida (porque somos humanos), mas precisa ser jogada nas profundezas do mar e de lá não deve ser tirada.

Devido a circunstâncias da vida de cada um, talvez perdoar não signifique conviver com a pessoa que nos magoou, mas o perdão precisa existir. Só assim poderemos orar a oração ensinada por Jesus; só assim seremos livres ao acesso do coração de Deus.

"Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete." (Mateus 18; 21-22)

Somos imperfeitos e cheios de falhas, mas a misericórdia de Deus nos alcança.

7 de dez. de 2010

A honra não é minha

Talvez você nem acredite, mas eu nunca soube administrar bem os elogios. Acho que é por que há um tempão me indentifiquei com uma frase que até coloquei na porta do meu guarda-roupas, na época. A frase de um autor desconhecido dizia assim: "As críticas te edificam, mas os elogios te corrompem..." Na época eu nem sabia direito o significado dessa frase, mas de alguma forma ela fazia sentido para mim.

Não quer dizer que com isso, eu goste de críticas. Realmente, ninguém gosta, mas acredite que elas ajudam. Quando o autor da frase diz que elas te edificam, ele quer dizer que quando alguém, de forma construtiva, te diz algo em que poderia melhorar, esta pessoa te ajuda a crescer e a adquirir sabedoria. Quando somos tolos, levamos essas críticas como ofensas e paramos de crescer.

Por outro lado, elogios são maravilhosos, ninguém pode defender o contrário e eu também amo recebê-los, mas se não formos sábios e não administrá-los direito, ao invés de crescermos, estaremos correndo um sério risco de nos tornarmos pessoas soberbas, chatas de se conviver e cheias de si.

Eu nunca quis ser assim. Hoje, depois de quase um semestre inteiro na faculdade, fazendo um projeto super difícil, finalmente e com a Graça de Deus, apresentamos o trabalho com sucesso. O professor sorteou na hora as pessoas que seriam responsáveis pela apresentação e eu fui uma delas. Recebi elogios e os agradeço de todo o coração. No entanto, não quero ser tola, sei que estes elogios não cabem a mim.

Na verdade, estes elogios eu atribuo a Deus, que tem me colocado onde Ele quer. Certa de que o pouquinho do que aprendi (e continuo aprendendo) na vida, vem Dele, então a Ele eu entrego TODA HONRA E TODA A GLÓRIA que talvez possam me dar. O nome Dele é Jesus e tudo o que faço é com Ele, por Ele e para Ele. Definitivamente a honra não é minha!